terça-feira, 2 de março de 2010

E L E I Ç Õ E S 2 0 1 0



Entre a Barbada e a Barbárie


De vento em popa vem a campanha eleitoral à Presidência da República para o quadriênio 2011/2014. Sai o presidente das multidões, aclamado pela recém nascida “nova” classe média, ovacionado internacionalmente, para a entrada triunfal do famoso quem?

Consigo enxergar cinco virtuais candidatos com força para competir pelo cargo mais importante da nação. São eles, respeitando-se a ordem alfabética – mais honesta e igualitária: Aécio Neves, Ciro Gomes, Dilma Roussef, José Serra e Marina Silva.

Pode parecer contraditório que haja dois representantes de um mesmo partido, PSDB. Mas não é. O sempre sobre muros Partido da Social Democracia Brasileira, tem como virtual candidato, José Serra. O problema é que, bombardeado na fronte pela “surpresa” do mensalão do DEM, o partido perde por inanição moral o seu maior aliado, de onde saiu, inclusive, o melhor vice já experimentado pelo Brasil, nos anos de Fernando Henrique Cardoso, Sr. Marco Maciel.

Que candidato não sonha ter, eleito, um vice absolutamente discreto no falar e principalmente quando interinamente ocupando a Presidência, não tomar atitudes que possam de alguma maneira colocar o titular em “saias justas”? Marco Maciel era tão discreto que parecia invisível, principalmente se fosse fotografado ou filmado de perfil.

A falta desse vice, provocará uma opção perigosa, a chamada “chapa puro sangue”. Para tanto, o Único vice plausível ao José Serra seria Aécio Neves. Ocorre que Aécio provavelmente fez essas contas e não está disposto a sê-lo. Mais natural seria que José Serra concorresse à reeleição, deixando assim o caminho livre para Aécio Neves buscar a presidência.

Ciro Gomes é um factóide. É um excelente administrador, isso é indubitável. Tem postura de Estadista. Seria, provavelmente, um ótimo Presidente da República, talvez para fazer a história. Austero, culto, inteligente, conhecedor de economia, um “resolvedor de problemas”. Porém, não pode ser contrariado sequer quanto a “mistura” do almoço. Tem atitudes grotescas quando combatido e muda seu linguajar e sua postura frente a opiniões diversas às suas. Fora isso, reiteradamente ofende as chamadas “elites paulistas”, acirrando ânimos contra si no Sudeste todo, mirando em uma popularidade maior no Nordeste – Ato falho.
Dilma Roussef. Em campanha há anos. A mãe do PAC – que quer que isso seja. Invenção do Presidente Lula, talvez prevendo viés de alta às mulheres no poder na América do Sul. Dilma Roussef aos meus olhos é como um tambor – faz muito barulho, mas é oca.

A impressão que nos passa é que levou-se uma Rottweiler ao banho e tosa e colocou-se lacinhos, fez-se um penteado, aparou-se as garras e presas e presenteou-se com um bonito vestidinho. Não adianta. Continuará sendo um Rottweiler e não poderá passear sem focinheira e guia.

Dilma Roussef pode e talvez venha a ser eleita Presidenta. Será a meu ver a Idade Média do Brasil. Tenho para mim que bastará a transmissão da Faixa Presidencial para que sua “caneta” comece a DITAR. A verdadeira ESTATISTA. De todos os candidatos e candidatas, essa é a mais perigosa das escolhas. Dilma não é essa versão “Louis Vuiton” que se nos é apresentada, sorridente e paciente. Sua dureza pode ser sentida no olhar. Dilma é incapaz de falar sem utilizar expressões e gestos autoritários e cabais. Dilma não deixará apenas marcas de seu governo, deixará cicatrizes profundas.

Marina Silva.

Somente isso já seria o suficiente. Esse é o maior exemplo que se pode dar aos jovens, para que se espelhem e aos velhos, para que se envergonhem. Marina Silva saiu do NADA ABSOLUTO para a fama internacional, sem causar um dano. Saiu do analfabetismo, para a formação universitária sem deixar em branco sua passagem. Chegou ao Senado, tomou para si o cajado da ética e do respeito à natureza. Subiu aos céus do executivo e sentou-se à mão direita de Lula, que a desrespeitou e a perdeu. Perdemo-la todos brasileiros, Perdeu o Brasil.

Essa seria, se pudesse montar uma grande equipe, uma Presidência singular. Ela detém o respeito que Lula detém no exterior, detém o respaldo de todas as mulheres, donas de casa (por ser mulher, mãe e administradora), das estudantes (por representar o sucesso por meio da educação) e das profissionais de todas as classes (por trabalhar e alcançar os píncaros da glória). Essa seria uma Presidenta ideal.

Mas não são só louros. Uma equipe seria indispensável e essa equipe seria formada basicamente por aliados e esses aliados seriam conquistados na campanha eleitoral. Nessa hora, firmam-se compromissos, acordos de ajuda mútua e os terríveis “conchavos”. Teria condições Marina Silva de livrar-se do cancro recorrente do poder? Chegaremos a saber, ou o medo nos impedirá de experimentar?

QUEM ESCOLHER?

4 comentários:

Celso Aquino disse...

Muito boa a reflexão. Ótima para este momento. Gostei. =]

palenk disse...

Caro Corsário:

Não vou comparar candidatos (você já fez), mas, com a baixeza da nossa classe política, tão vil, tão infame, tão entranhada em nossa cultura que esperamos que essa baixaria seja o comportamento de nossso representantes, só me resta saber contra quem estarei após o pleito

desabafo de mente disse...

Bem, você já o disse,e provavelmete será isso mesmo: Dilma presidente...
Se bom ou ruim o fato, não sabemos, mas o populacho nunca pode adquirir tantos bens materiais mais caros como agora. O bolsa-esmola é uma alavanca eleitoral, tem seus méritos e seus problemas. Os outros candidatos provavelmente não fariam nada muito diferente do que se está fazendo, afinal "em time que se está ganhando não se mexe", diz o ditado popular. Marina Silva. Uma incógnita, a que mais me desperta minha simpatia, mas, talvez, a única que poderia realizar surpresas, nem sempre muito agradáveis. Eu vou apostar, mas talvez seja porque eu sei que ela não chega ao segundo turno. Neste segundo turno, provavelmente eu vou fazer algo que eu nunca fiz: anular o voto ou jogar cara-ou-coroa, por que será tuudo mais do mesmo...

Anônimo disse...

Não há opção certeira. Dilma? Nem pensar...Marina?...Não acredito que qualquer uma delas consiga esse objetivo, não sei...hoje em dia está difícil sim, mas difícil de prever o que o povo quer realmente. Em quem acrditar? Vem aí mais uma camánha cheia de blábláblá...prometo isso, prometo aquilo...e, quando conseguem, uma amnésia se instala por todo congresso. Será isso um vírus? Vamos ver no que vai dar!