quarta-feira, 12 de março de 2008

DIREITOS HUMANOS PARA HUMANOS DIREITOS

Fala-se muito em desrespeito aos direitos humanos. Ongs se julgam no direito de interpelar internacionalmente o Brasil por desrespeitá-los. ONU manda vistoriar, OEA nos impõe a pecha de torturadores e por aí vai.

É certo que é LIVRE A EXPRESSÃO DO PENSAMENTO (vedado o anonimato). tampouco esquece-se que apologia a crime também merece punição - e recebe.
O importante, no meu ponto de vista é expressar uma opinião e esperar que, após combatida e/ou debatida, a minha seja respeitada. Assim sendo:

Na minha opinião, Defensores de direitos humanos tem que ser absolutamente imparciais. Se o preso/reeducando ou o Menor infrator sujeito a medida sócio-educativa merecem tratamento humanitário, merecem ser ouvidos e ter sua integridade e dignidade respeitados, as vítimas de brutalidades cometidas por esses indivíduos merecem, senão maior zelo, ao menos o mínimo de conforto em sua dor.

Óbvio que os mais radicais torcerão o nariz ao termo "dor", visto que só quem está no inferno das penitenciárias brasileiras ou os centros de re-socialização de menores sabem o que passa lá dentro e o que é dor. Ledo engano. Melhor seria que esse radical não existisse à dizer isso.

Acredito que a transição da ditadura à democracia no Brasil foi eivada de erros quase insanáveis. A impossibilidade de exercer direitos os mais simples, durante o período de chumbo, após a promulgação da (vintenária) Magna Carta de 1988, disseminou um excesso de liberdades e desprezo pelas instituições e pelo poder constituído. Durante a ditadura, tudo era proibido. Com a restauração da democracia, houve quem imaginasse que tudo era permitido.

As famílias perderam autoridade sobre seus filhos (palmada é punível), A escola definhou até cair morta. Alunos ameaçam e espancam professores. Adolescentes frequentam festas "rave" e afins, consumindo álcool e drogas em quantidades astronômicas. Tudo é permitido. Agora, se um policial exigir revista pessoal de alguns jovens nas proximidades do evento (pois no interior das propriedades utilizadas nestas festas, não há policiais, só seguranças previamente instruídos a fazer vista grossa aos excessos), se encontrarem drogas com eles, após efetuada a prisão, serão objeto de censura: - colocaram menores no camburão!, ou ainda pior: - será que não plantaram droga nas crianças? (Só se os policiais andassem o tempo todo com quilos e quilos de drogas para distribuir nos bolsos das pobres crianças...). Se menores, o trâmite é diferenciado. Se adultos jovens, Advogados afoitos providenciando o encontro de uma falha no auto de prisão em flagrante para pedir judicialmente o relaxamento e colocar o cliente na rua. É um ciclo.

Se pensarmos com isenção e principalmente, sem rubricas de pseudo-esquerdismo, acredito que falta-nos uns ingredientes que se perderam em vinte anos de democracia.

Em casa, o castigo e a palmada (que não é tortura) deve ser um instrumento de educação SIM. Na escola, matérias hoje execradas como Educação Moral e Cívica; atitudes como hastear bandeira e cantar o hino nacional pelo menos uma vez por semana; pagar condignamente os professores e não esbulhar-lhes os parcos vencimentos como vem fazendo o governador José Serra em São Paulo; delegar poderes aos diretores de escola para encaminharem casos de desvio de comportamento de alunos ao Conselho tutelar (se este funcionar), poderiam começar a incutir nos jovens brasileiros uma conduta diferenciada.

Até aqui distribuí o que penso serem culpas, por todas as esferas que envolvem o ambiente de criação de nossas crianças e jovens. Mas a culpa é imensamente maior de nossos governantes.

A inépcia e a incúria contra nossos jovens não é exclusividade do nosso atual presidente, que tem seus horizontes limitados pela baixa escolaridade, custando enxergar alguns milímetros adiante de suas necessidades imediatas, na esfera federal e José Serra na estadual, que além de substituir o nome "Febem" por "Casa", nada fez que o laureasse. Ao contrário, desrespeita professores diminuindo-lhes ganhos e dificultando-lhes a vida digna. O governo anterior de Fernando Henrique Cardoso - homem culto e estudado ABSOLUTAMENTE NADA fez pela educação lato sensu. O governador paulista por quase doze anos colocou a frente da secretaria de estado da educação, um religioso-escritor-religioso que fez RELIGIOSAMENTE NADA pela educação.

Enfim, acredito que nosso problema tenha origem cultural. Culturalmente nós não damos valor à educação e ao binômio direitos/deveres (nós quem?paleface).

Jamais se ouve, quem quer que seja, dizer que há que se pensar em direitos humanos, mas também em deveres humanos. Dever Humano de respeito à vida das vítimas, dever de expurgar condutas de apologia ao crime, tais como as descritas e tipificadas em algumas letras de "funk de favelas cariocas e rap de favelas paulistanas". Dever Humano de, além dos autores dos crimes, ouvir as vítimas e suas dores. Dever humano de propiciar às nossas crianças, locais apropriados para crescer e tornar-se adulto, culto, forte, limpo, feliz e produtivo.

Recebi um e-mail de um amigo, contendo uma suposta carta de uma mãe para outra. O texto não contém erros de português, tem suas linhas traçadas com argúcia e não parece ser real. Seja real ou obra de ficção, é um texto bem escrito, que vale a pena ler. Assim sendo, reproduzo-o:

INVERSÃO DE VALORES -DIREITOS HUMANOS... *

*Carta enviada de uma mãe para outra mãe em SP, após noticiário na tv:

De mãe para mãe...

Vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM em São Paulo para outra dependência da FEBEM no interior do Estado.
Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência.
Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação que você, contam com o apoio de Comissões Pastorais, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, ONGs, etc...
Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender o seu protesto.
Quero com ele fazer coro.
Enorme é a distância que me separa do meu filho.
Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo.
Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família.

Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro espiritual.
Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma vídeo locadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite.
No próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo...
Ah! Ia me esquecendo: e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranqüila, viu? que eu estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última rebelião da Febem.
No cemitério, nem na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante destas 'Entidades' que tanto lhe confortam, para me dar uma palavra de conforto, e talvez me indicar 'Os meus direitos' !'
Circule este manifesto! Talvez a gente consiga acabar com esta inversão de valores que assola o Brasil.
Direitos humanos são para humanos direitos !!!

é isso........................................................................................................................

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